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Transtorno do Processamento Auditivo Central – 9 sinais

Transtorno do Processamento Auditivo Central: 9 sinais que não podem ser ignorados

por Vanissia Vendruscolo

 

“Ele ouve mas não entende, parece que não escuta!” Esse é o sinal mais conhecido a respeito do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). No entanto, existem outras manifestações que nos levam a pensar que uma criança pode ter TPAC.

Quando uma criança tem dificuldades escolares, a primeira coisa que passa pela cabeça do professor é que esta criança está pouco interessada em aprender, que ela é uma criança preguiçosa, pode ter problemas comportamentais e ainda que pode ter desempenho cognitivo rebaixado.

Na verdade, a criança  que tem Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), normalmente está desconectada das atividades por apresentar dificuldades para decodificar sons e manter a atenção sustentada. Por não entenderem claramente as informações, se distraem com mais facilidade, se perdem nas atividades ou tem dificuldade para entender as ordens dadas pelo professor.

 

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Algumas manifestações são fáceis de serem notadas, mas nem sempre é assim.

Basicamente, percebemos que a criança pode ter transtorno do processamento auditivo central (TPAC) quando ela apresentam alguns dos sinais abaixo.  Muitas vezes, podemos demorar para relacionar as manifestações com a causa correta, mesmo porque uma criança pode  ter outros transtornos ao  mesmo tempo.

Por exemplo, uma criança pode ter o transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e também apresentar TPAC, ou ainda ter autismo e TPAC.

Por isso, é comum que vários profissionais sejam envolvidos no processo de investigação  para esclarecer o diagnóstico e melhor conduta. Nos casos do TPAC, o tratamento é feito através do treinamento auditivo.  Por hora, vamos nos ater aos 9 sintomas que não podem ser ignorados.

 

1. Dificuldades para compreender as palavras

Um dos sinais mais visíveis nessas crianças é a dificuldade em compreender a linguagem falada com mensagens concorrentes, em ambientes ruidosos, em ambientes reverberantes ou quando apresentadas rapidamente.  Agora, pense num ambiente de sala de aula. Nem sempre é um ambiente quieto, controlado e calmo. Geralmente, a sala de aula é o local onde muitas situações ocorrem simultaneamente, onde a criança com TPAC pode ficar literalmente perdida.

 

2. Demoram mais para responder

Além disso, a criança com TPAC demora mais para responder em situações de comunicação oral e pode funcionar como  uma pessoa com deficit  auditivo, solicitando repetições ou ainda dizendo frequentemente “hã?” ou “o que?”  Parecem que não escutam, mas na verdade, escutam, mas não entendem. O resultado desta confusão auditiva pode ser percebida quando a criança apresenta respostas inadequadas ou atrasadas, tanto orais, como comportamentais. Por exemplo, o professor pede para que todos abram o livro na página 20 e leiam o primeiro parágrafo. A criança com TPAC vê todos se movimentando e se preparando, mas por não ter compreendido a instrução, demora para se iniciar a atividade. Muitas vezes ele precisa de um comando direto  e ajuda para conseguir iniciar a tarefa.

 

3. Dificuldades com a velocidade de fala

Em sala de aula, a criança com TPAC precisa de informações claras, não somente audíveis. Isso significa que o professor precisa se comunicar de maneira eficiente, e isso envolve falar bem, falar de frente e usar palavras que a criança compreenda. Isso é importante porque a criança tem dificuldade para seguir a fala rápida e pode perder partes da informação. 

 

4. Problemas de alfabetização e para seguir instruções auditivas

Não podemos esquecer que a criança com TPAC, em fase de alfabetização, certamente já pode estar manifestando algum tipo de dificuldades para juntar as análises cerebrais (visuais e auditivas)  e fazer a correspondência letra-som ou ainda para para seguir instruções auditivas complexas. Por exemplo, o professor pede para a criança juntar as letras para formar uma sílaba, mas ela olha para as letras e não entende o porque deve escolher esta ou aquela letra. Isso porque ela tem dificuldade para atribuir um som a uma letra, e assim decifrar sílabas e palavras.

 

5. Dificuldades com canções ou rimas e trocas na fala

Antes mesmo da fase de alfabetização, as crianças com TPAC podem manifestar dificuldades para aprender canções ou rimas.

 

6. Trocas na fala quando não  é mais esperado

Trocas na fala que persistem a partir de 5 anos de idade podem ser um sinal de alerta. Se a criança não entende bem o que escuta, ela pode manifestar uma alteração na fala, que será transposta para  a escrita, se não for corrigida.

Algumas trocas na fala indicam mais claramente esta “falha” na análise auditiva. Por exemplo, uma criança que troca os fonemas sonoros pelos surdos pode estar manifestando uma dificuldade para fazer discriminação auditiva.

Exemplo, se ela troca o fonema /v/ pelo /f/ (ao invés de dizer aventura, ela diz “afentura”), se ela troca o fonema /b/ pelo /p/ (ao invés de dizer bola ela diz “pola”), /g/  pelo /k/ (ao invés de dizer galinha ela diz “kalinha”), pode ser um sinal de TPAC e precisa ser investigado.

 

7. Alterações da prosódia

Algumas crianças podem compreender mal as mensagens que recebe. Isso pode acontecer quando a criança não detecta alterações na prosódia que ajudam a interpretar sarcasmos ou piadas. Dentro dos quadros de TPAC, as alterações de prosódia são as menos frequentes, mas quando ocorrem, causam impacto negativo nas relações sociais, e no contexto educacional, dificuldades importantes de compreensão e interpretação de textos.

 

8. Dificuldade para separar ruído do som alvo

Nós temos uma habilidade de fazer figura-fundo auditiva, que é a capacidade para prestar atenção no som alvo (em sala de aula seria o professor) e ignorar os ruídos competitivos (outros alunos conversando, ruídos externos etc).

Diante de uma diversidade de acontecimentos sonoros os quais ela tem, para a criança com TPAC, a mesma importância, ela se distrai facilmente.

 

9. Rebaixamento em testes de linguagem

Crianças com TPAC podem apresentar rebaixamento nos testes de vocabulário expressivo ou receptivo, em testes de fluência de leitura ou mesmo de compreensão de textos.

Desta forma, sempre que estivermos diante de uma criança com problemas associados a leitura, ortografia ou aprendizagem, devemos solicitar o exame de PAC, pois somente através dele conseguimos constatar a presença do Transtorno e assim tratá-lo.

 

O que diz a literatura sobre as manifestações do TPAC

Segundo Chermak, Musiek, & Weihing (2017), as dificuldades relacionadas ao TPAC manifestam-se, geralmente, na sala de aula e constituem uma barreira à aprendizagem. Tais dificuldades são rapidamente visíveis, na medida em que as crianças apresentam:

  1. respostas atrasadas às instruções verbais;
  2. revelam incapacidade de separar os relevantes e descartar os irrelevantes;
  3. incompreensão da linguagem falada;
  4. maior dificuldade para utilizar linguagem nova;
  5. dificuldade em manter as informações na memória de curto prazo e manipular as informações (ou seja, a memória de trabalho), o que afeta a alfabetização, matemática, redação, escuta e instruções a seguir (por exemplo, pode lembrar a última parte da mensagem, mas esquecer a primeira);
  6. dificuldade em anotar;
  7. dificuldades significativas em adquirir habilidades fonéticas fundamentais para a leitura (e a ortografia) devido à má representação dos sons básicos da fala.

 

Neste ponto, temos motivos suficientes para compreender  o porque a criança com TPAC tem dificuldade para APRENDER.

Não há compreensão sem foco.

Não há aprendizagem quando a informação é desconexa.

TPAC Tem cura. Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor.

 

Para mais informações acesse: Plataforma PAC Online – tudo o que você precisa saber.

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Fga.Ms. Vanissia Vendruscolo
CRFa2.8393

🔅Especialista em Audiologia Clínica- Santa Casa de Misericórdia de SP 🇧🇷
🔅Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Minho – Braga 🇵🇹
🔅 Fundadora e Produtora da Plataforma de Treinamento Auditivo Cognitivo & Linguagem PAC Online
WhatsApp 11 42271533

 

Referência Bibliográfica

Chermak, G.D., Musiek F.E., & Weihing, J. (2017). Além das controvérsias: A ciência por trás do distúrbio do processamento auditivo central. The Hearing Review, 24(5), 20–24

 

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