idade para exame de pac

Exame de PAC AOS 6 ANOS DE IDADE

Idade Para Exame de PAC

por Fga. Vanissia Vendruscolo

Muitos fonoaudiólogos acreditam que não podemos e não devemos avaliar crianças para transtorno do processamento auditivo (TPAC) com menos de 7 anos de idade. 

No entanto, eles geralmente não apresentam evidências para apoiar esta afirmação.  O  Dr. Jay Lucker (Expert em processamento auditivo central e professor na universidade de Howard – Washington) discute quais evidências existem para refutar o argumento de que devemos esperar até os 7 anos para testar crianças para TPAC. 

“O audiologista que afirma que o processamento auditivo não pode ser avaliado antes dos 7 anos está mal informado” Angela Alexander- audiologista

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Qual melhor idade para fazer exame de pac

Audiologistas e médicos geralmente afirmam que que é preciso esperar até que a criança tenha pelo menos 7 anos de idade para que o teste possa ser feito, mesmo que o motivo  para o exame seja legítimo (trocas na fala ou dificuldades em consciência fonológica, por exemplo).

Segundo Jay R. Lucker,  os profissionais que fazem essas declarações não fornecem referências baseadas em evidências que apoiem ​​a espera até uma idade específica para testar uma criança para TPAC. Frequentemente, esses profissionais apenas dizem que esse limite de idade foi estabelecido por nossas organizações profissionais.

Segundo ele, isso levanta a questão de que essa evidência que limita a idade para o teste realmente existe, e mais, que existe há anos. Por exemplo, uma pergunta e resposta publicada em 2002 informa que os audiologistas podem rastrear possíveis TPAC em crianças com menos de 7 anos; no entanto, pode-se “alertar fortemente os pais sobre serem cuidadosos para não ‘interpretar excessivamente’ os resultados … Se a pontuação ficar fora da faixa normal para a idade da criança, eu hesitaria em diagnosticar um distúrbio de processamento auditivo.”

Para Jay R. Lucker,  evidências da pesquisa podem não mais apoiar essa abordagem e concordo com ele.

Uma revisão das Diretrizes AAA e do Relatório Técnico ASHA  revela que existe uma preocupação sobre a incapacidade de se concluir os testes de processamento auditivo em todas as faixas etárias, mas não estabelecem limite de idade para avaliar PAC.

Por exemplo, o Relatório Técnico ASHA (2005)  afirma que “… exceções aos cuidados gerais podem ocorrer após um exame cuidadoso dos requisitos da tarefa e das capacidades da criança e ao usar testes projetados para uso com populações jovens.”

Portanto, isso mostra que podemos testar crianças pequenas de qualquer idade, desde que as crianças possam lidar com a tarefa e executá-la apropriadamente. Desde que o fonoaudiólogo tenha os devidos cuidados, crianças com menos de 7 anos podem e devem ser avaliadas quanto a problemas de processamento auditivo.

“A intervenção precoce é SEMPRE a melhor prática. Nunca faça uma criança esperar para melhorar de vida e ajudar os pais a encontrar os recursos de que precisam” Angela Alexander

Em uma publicação online, Bellis escreve: “A maioria dos testes de TPAC exige que uma criança tenha pelo menos 7 ou 8 anos de idade porque a variabilidade na função cerebral é tão acentuada em crianças mais novas que a interpretação do teste pode não ser possível.” Bellis  afirma que deve-se ter cuidado ao fazer o teste, mas nunca diz que não se pode testar crianças menores de 7 anos.

Ainda, ao ler as Diretrizes AAA (2010), eles relatam uma variedade de testes com normas de idade abaixo de 7 anos, afirmando que esses testes, inclusive o SSW.

Evidências apoiam que não deve haver limite de idade para testar crianças para PAC, considerando as normas existentes para crianças desta faixa etária.

Portanto, se um fonoaudiólogo perguntar se podemos testar uma criança de 5 ou 6 anos de idade, a resposta deve ser, “Sim, e os resultados podem ajudar a fornecer intervenções apropriadas para a criança”, em vez de dizer: “Desculpe, você tem que esperar até que a criança faça 7 anos” (Dr. Jay Lucker).

“Se nós sabemos que as habilidades auditivas sustentam a alfabetização precoce, por que devemos esperar para testar as habilidades auditivas até depois dos sete?” Maryann Polera Kaminsky

 

A intenção deste texto é reconhecer a necessidade do diagnóstico e tratamento precoce. A conscientização dos profissionais da área da saúde de que a criança não pode esperar é urgente.

Alias, digo isso com muita propriedade, pois antes de audiologista especialista em audiologia clínica, e mestre em ciências da educação, eu sou a mãe do Theo de 6 anos, com TPAC diagnosticado aos 6 anos.

Como audiologista, fiz  com que ele fosse testado e tratado antes que algumas clínicas sequer o considerassem para uma sessão inicial de coleta de dados.

Apesar dos esforços e do tratamento, a diferença no desenvolvimento da leitura e escrita com relação às crianças da mesma série (outras já com quase um ano de idade a mais) aconteceu, de maneira que logo no primeiro ano, ele permaneceu no grupo de estudos, conseguindo fechar esta “lacuna” apenas no final do ano.

Outra consideração que considero relevante, é que os resultados do tratamento impactaram seu desenvolvimento escolar desde o início do tratamento com uma evolução surpreendente na leitura e escrita.

“Melhorar o processamento auditivo de uma pessoa pode ter benefícios de longo alcance, mesmo se o programa de 12 sessões de treinamento auditivo não leve a  resultados inteiramente dentro dos limites normais.”

Não gosto de imaginar o tamanho que estaria esta “lacuna” se nada tivesse sido feito até agora. Penso também nas crianças que passaram um ano inteiro sofrendo com dificuldades, com baixa auto-estima, que poderiam ter sido tratadas e não foram.

Como mãe, quero o melhor para meu filho o mais rápido possível. E sinto que também deveríamos fazer mais para ajudar esses pais.

 

Dr. Jay Lucker é este renomado audiologista de feição simpática.

Assim que li seu texto fiquei na torcida para que seu pensamento se expandisse e atingisse outras pessoas que assim como eu, acredita que não devemos aguardar pelo fracasso escolar para começar tomar providências.

 

 

Referências Bibliográficas

Academia Americana de Audiologia (AAA). Diagnóstico, tratamento e manejo de crianças e adultos com transtorno do processamento auditivo central. Reston, VA: Autor; 2010. Disponível em: www.audiology.org/publications-resources/document-library/central-auditory-processing-disorder.

Bellis TJ. Entendendo os distúrbios do processamento auditivo em crianças. ASHA. 2014. Rockville, MD: Autor; 2014. Disponível em: www.asha.org/public/hearing/understanding-auditory-processing-disorders-in-children.

Grupo de Trabalho da American Speech-Language-Hearing Association (ASHA) sobre Transtorno do Processamento Auditivo. Distúrbio do Processamento Auditivo (Central) [Relatório Técnico]. Rockville, MD: Autor; 2005. Disponível em: www.asha.org/policy/TR2005-00043.htm.

Lucker JR. As evidências apóiam o teste de distúrbios do processamento auditivo em crianças menores de 7 anos. Avaliação auditiva. 2018; 25 (4): 42.

 

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Fga.Ms. Vanissia Vendruscolo
CRFa2.8393

🔅Especialista em Audiologia Clínica- Santa Casa de Misericórdia de SP 🇧🇷
🔅Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Minho – Braga 🇵🇹
🔅 Fundadora e Produtora da Plataforma de Treinamento Auditivo Cognitivo & Linguagem PAC Online
WhatsApp 11 42271533

 

 

 

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